O ano de 2012 começou atropelado para os servidores da educação em Santana do São Francisco como já é de praxe desde 2010. Cada família têm sentido na pele como é difícil encerrar o ano sem receber salários e sem poder se confraternizar de forma decente com nossos amigos e familiares. Além do que ao trabalharmos, assumimos compromissos financeiros que só podemos arcar quando os salários são pagos em dia.
No entanto, os professores esse ano assumiram uma postura mais cidadã frente a gestão, indo pra rua publicizar o atraso, ocupando os meios radiofônicos para debater a questão da responsabilidade administrativa da prefeitura, cobrando os direitos salariais e a solução de outros problemas pedagógicos que vem se arrastando desde o inicio de 2009.
Aos funcionários negativistas, que as vezes dizem que não adianta lutar, deixo o exemplo de que a ação diferenciada em 2012 é o motivo de termos também uma realidade financeira melhor quanto ao recebimento dos salários esse ano. De acordo com informações extra-oficiais, a prefeitura está se organizando para quitar o mês de Dezembro na próxima segunda-feira dia 30 de Janeiro.
A menos que a prefeitura negocie com a comissão e elabore um calendário de pagamento para os servidores, continuamos no direito e faremos greve ou paralização das aulas até que o salário seja colocado em dias. Caso recebamos o mês de Dezembro dia 30 de Janeiro, o pagamento referente ao mês de Janeiro já está próximo de vencer e continuaremos fazendo atos públicos.
Ao contrário do que a gestão pensa, propaga e quer fazer virar verdade, nós que estamos a frente do movimento não desejamos o caos na educação. Pelo contrário! Trabalho e me dedico, esperando que um dia possa ser testemunha da seguinte realidade:
* Escolas bem estruturadas, limpas e com as turmas cheias de alunos motivados e em pleno desenvolvimento educacional;
* Professores motivados em contribuir com uma educação libertadora, com a construção do conhecimento e com a melhora geral dessa cidade;
* Famílias mais atuantes no apoio aos alunos, e alunos mais centrados e que valorizem o poder que a educação pode ter em suas vidas;
* Creches que ofertem vagas suficientes para as trabalhadoras poderem deixar seus filhos em horário integral, podendo dedicar-se ao trabalho, melhorando a renda familiar e a qualidade de vida dessas pessoas;
* Uma política educacional mais séria, com uma assessoria de consultores que tenham compromisso com a população, onde as crianças se matriculem e permaneçam na escola com igualdade de condições;
* Conselhos que sejam estruturados por pessoas que tenham consciência social do compromisso que assumem, que ajudem a gestão na correção das irregularidades e na melhor aplicação dos recursos enviados;
* Professores politicamente ativos, que cumpram suas obrigações em sala e na sociedade, que independente do político, partido e gestão saibam respeitar a profissão que escolheram e se respeitar como profissionais, cobrando seus direitos em qualquer situação e da mesma forma;
* Conhecer e discutir com propriedade a legislação municipal e nacional sobre a educação, bem como matérias a fins que tem ligação direta com a profissão como ECA, Lei Maria da Penha e a Constituição Federal, estando por dentro das modificações legais.
Se fossemos vistos mais como colaboradores do que como inimigos, a educação estaria em outra realidade. Nessa situação, comunico aos interessados (leia-se população e professores em especial) que no dia 31 de Janeiro, estará acontecendo um Congresso em Santana onde nossa participação é importantissíma. Colocarei no orkut posteriormente, horário e local do acontecimento.
Ao professor não basta mais o papel de somente dar aula, é preciso estar envolvido socialmente com as questões que nos afligem. Ser professor é fazer parte do planejamento; sugerir mudanças no calendário escolar, alimentar e de pagamento; contribuir com a chamada pública; elaborar projetos escolares e contribuir com eventos festivos e comemorativos; contribuir com o regimento interno e o projeto político pedagógico; participar de congressos e conferências de cunho social; etc...
Na esperança de que dias melhores virão, de que o erro traz a possibilidade da aprendizagem e o amadurecimento da classe e da população, de que é possível sim ter uma gestão mais humana e responsavel em todos os setores de atuação, me despeço por hora...
Por que a luta continua!!!